“Como é triste quando pessoas e povos, com orgulho de serem cristãos, veem os outros como inimigos e pensam em fazer guerra! É muito triste”.
Estas palavras, saídas do coração sincero do Papa Francisco após a recitação do Angelus no dia 20 do mês passado, manifestam o estado de ânimo de tantas pessoas de boa vontade. O apelo do Papa em favor da paz entre a Rússia e a Ucrânia, junta-se aos muitos que foram lançados. Numa outra circunstância, o Papa chegou mesmo a afirmar que “a humanidade, que se ufana dos progressos da ciência, do conhecimento e de tantas outras coisas belas, recua no que diz respeito à guerra; até parece que é campeã da guerra!”.
Diante duma situação que pode degenerar para um desastre global, podemos ficar consternados e pensar que não podemos fazer nada. Todavia, para quem acredita na misericórdia do Pai por cada um de nós, independentemente da sua raça, cultura, nacionalidade ou religião, é sempre possível confiar e dar a própria contribuição em favor da paz.
É o que nos sugerem os jovens que se preparam para a JMJ 2023. Com o lema “Quero ser como Tu” (veja-se a rubrica própria da revista), a proposta é “construir pontes humanas” a fim de que as diferenças não sejam obstáculo para uma convivência fraterna, mas um valor para enriquecer a família humana.
Uma força que pode tornar-se oportunidade é a valorização do papel da mulher na sociedade e na Igreja. No mês em que se celebra o “Dia Internacional da Mulher”, a nossa revista apresenta uma reflexão de Sílvia Monteiro, que aponta para a importância de dar voz às mulheres, quer na sociedade, quer na Igreja.
Por fim, queremos recordar que entramos no Tempo santo da Quaresma – Páscoa. Um tempo favorável para “posicionar o coração, reordenar a mente e reorganizar a vida”. A Igreja, propondo o grande desejo de Deus de renovar a sua aliança connosco, pede-nos para sermos sinceros, profundos e práticos; ou seja, homens e mulheres novos para uma humanidade justa, fraterna, respeitosa e solidária.
Boa caminhada quaresmal – pascal.
Foto da capa: Manifestantes Ucranianos frente ao Consulado Russo, no Porto, 20 FEV 2022, JOSE COELHO/LUSA.