Senhor padre, sou batizada, fiz a catequese e o Crisma. Ia à Missa com os meus pais e gostava particularmente da Páscoa, pelas celebrações e pela alegria que sentíamos durante a visita Pascal. Quando me casei, vim viver para a cidade. As pessoas com quem me relaciono não vão à igreja e há muita gente que faz troça de quem vai. Embora continue a acreditar, deixei de frequentar, pois não quero que gozem comigo. Sinto saudades da Páscoa da minha infância, mas não tenho participado nas celebrações Pascais. Andreia
Cara amiga, fico contente que a principal “saudade” que sente de “celebrar a Fé” se relacione com a Páscoa. A Páscoa é o centro da nossa Fé. É ali que podemos encontrar a força para vencer as barreiras e o medo de viver aquilo em que acreditamos.
No Domingo de Páscoa, foi anunciado a algumas mulheres que Cristo tinha ressuscitado, mas São Marcos diz-nos que elas não disseram nada a ninguém porque “tinham medo” (Cf. Mc16,8). O medo pode isolar-nos uns dos outros e impedir que vivamos e anunciemos a nossa fé. O encontro com Cristo pode ajudar-nos a vencer o medo. Também os discípulos estavam fechados numa sala, cheios de medo… Mas, de repente, Cristo Ressuscitado apareceu no meio deles! Foi este encontro que transformou tudo, que escancarou as portas do coração dos discípulos e mais tarde as portas do cenáculo onde eles se reuniam.
Cristo vence o medo e a morte. Ele está no meio de nós! A coragem nasce da Fé e do encontro com Cristo. Encontrar Cristo é encontrar Aquele que viveu um ideal que, aparentemente, terminou mal, é encontrar Aquele que morreu na Cruz. A vida de Jesus terminou, aparentemente, no fracasso da Cruz. Mas, no Domingo de Páscoa, toda esta história é assumida pelo Pai, a vida vence a morte, Cristo Ressuscita! A Ressurreição não transforma só a vida de Jesus, mas transforma toda a História. Na Ressurreição, o Pai abraça toda a história de Jesus, tudo o que Ele foi desde que foi concebido até à Cruz. A tudo isto o Pai deu um significado. Cristo partilhou connosco, na sua fragilidade, a vitória sobre a morte. Se vivermos com esta certeza, não ficaremos com medo, como as mulheres junto do túmulo, e a liberdade e a alegria do Reino irromperão nas nossas vidas.