500 anos da viagem de Fernão de Magalhães (1519-1522)
A 21 de setembro de 1519, um conjunto de navios faz-se ao mar com rumo sudoeste. Nessa altura sabiam que a missão iniciada tinha riscos e os levaria longe, mas não podiam imaginar de que calibre seriam esses mesmos riscos e quão longe acabariam por ir.
A viagem de Fernão de Magalhães, de cujos 500 anos este Especial quer dar conta, acabou por ultrapassar os limites da geografia então conhecida e, inserindo-se na história das grandes viagens marítimas, acaba por marcar a própria história da humanidade. A sua grandeza antropológica, bem como as suas repercussões culturais e civilizacionais resultam da revelação não só de um novo mundo, como também de um novo homem. Em certo sentido essa viagem, então iniciada, é ainda uma viagem por fazer e concluir. Porque esse mundo novo e esse novo homem continuam, hoje, a exigir o nosso cuidado e atenção.
Enquadrar estes acontecimentos, tanto do ponto de vista histórico como político, bem como apontar os horizontes que os levaram a partir e que nos trouxeram até hoje é o objetivo do conjunto de textos que se segue. Não se pretende apenas olhar para o passado, na tentativa de lembrar e não deixar esquecer alguns dos grandes gestos, ousamos mais, procurando fazer pontes com o presente e alargando o nosso olhar e reflexão para o futuro, porque, em boa verdade, continuamos a navegar descobrindo e construindo novos mundos. Possam ser eles local de habitabilidade para muitos povos, para todos os povos.

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