O novo ano começa com um domingo: dia, por excelência, do Senhor. É um bom sinal, porque o panorama dos acontecimentos que se nos depara não é nada promissor: guerras, conflitos, inflação, pobreza, pandemias, desastres ecológicos, etc. parecem ensombrar o planeta azul. Por outro lado, na sociedade e na Igreja, o calendário dos acontecimentos previstos são motivo para esperar e confiar num ano melhor.
Em primeiro lugar, não podemos silenciar a “loucura” da guerra de agressão na Ucrânia: povos irmãos correm o risco de cair numa espiral de ódio e destruição, sem razão aparente, a não ser a sede de domínio e de poder. O Papa Francisco, no dia da Imaculada Conceição, não conseguiu reter as lágrimas, quando pediu à Mãe de Jesus o dom da paz para aqueles povos. Precisamos de um grande rio de lágrimas para limpar os horrores desta guerra…
Para vencermos os nossos males, temos de crescer na esperança e na caridade. Na esperança, alimentando os nobres “sonhos” da paz e da fraternidade; na caridade, avançando com pequenos gestos de solidariedade, de acolhimento, de misericórdia e de perdão, que mantêm viva a chama da esperança.
A Igreja começa o novo ano à luz da caminhada sinodal, que é uma característica constitutiva do povo de Deus. Antes chamava-se “eclesiologia de comunhão”, agora é um caminhar que reúne as contribuições de cada batizado no crescimento do único Corpo de Cristo, sem que ninguém se sinta marginalizado.
Dentro da caminhada da Igreja, queremos destacar o grande encontro da JMJ de Lisboa. Os jovens – recorda o Papa Francisco –, juntamente com os mais idosos, são de fundamental importância para a sociedade e para a Igreja. Sem diálogo entre estas duas idades, falta alguma coisa e cresce uma geração sem passado, ou seja, sem raízes.
Finalmente, a nossa revista não pode silenciar o grande centenário franciscano que, ao longo dos próximos três anos, celebrará momentos significativos da vida de Francisco: a aprovação da Regra de vida dos Frades Menores, o Natal de Greccio, os estigmas no monte Alverne, o Cântico das Criaturas e a morte (Páscoa) de Francisco. São “sinais de pista” de uma pessoa profundamente enamorada de Jesus Cristo e que viu n’Ele o Caminho, a Verdade e a Vida!
O novo ano começa com um domingo: dia, por excelência, do Senhor. É um bom sinal
Nenhuma tristeza ou desânimo… um sonho luminoso já desponta e começa a tornar-se realidade.
Feliz Ano Novo!
Foto da capa: Exposição ‘Van Gogh, The Immersive Dream’ na Cidade da Guatemala, Guatemala, 9 de novembro de 2022. Foto EPA/Esteban Biba.