O verão é um tempo que proporciona encontros com novas pessoas, com ambientes e realidades diferentes. Um tempo que aponta para o acolhimento e o diálogo.
No final do mês passado, o Papa Francisco pronunciou, na Pontifícia Faculdade de Teologia da Itália Meridional, em Nápoles, um discurso muito interessante, em que afirmava que
a teologia é chamada a ser uma teologia de acolhimento e a desenvolver um diálogo sincero com as instituições sociais e civis, com os centros universitários e de investigação, com os líderes religiosos e com todas as mulheres e homens de boa vontade, pela construção de uma sociedade inclusiva e fraterna e, também, para a proteção da criação.
Portanto, no centro da investigação teológica e da prática pastoral da Igreja deve estar o anúncio da Boa Nova de Jesus e a prática do amor evangélico que Ele pregava como síntese de todo o ensinamento da Lei, dos Profetas e da vontade do Pai. E o Papa acrescenta:
O diálogo é antes de tudo um método de discernimento e de anúncio da Palavra de amor que é dirigida a cada pessoa e que no coração de cada um quer fixar morada. Só na escuta desta Palavra e na experiência do amor que ela comunica se pode discernir a atualidade do “kerigma”. O diálogo, assim entendido, é uma forma de acolhimento.
O próximo mês de outubro será marcado por um grande acontecimento, que manifesta a preocupação e o empenho da Igreja em ordem à preservação do meio ambiente e da justiça social: o Sínodo dos Bispos sobre a Amazónia.
A nossa revista apresenta uma breve nota sobre o Documento de Trabalho para esse Sínodo. Queremos, com isto, que os nossos leitores se sintam envolvidos na preocupação de todos os homens e mulheres de boa vontade em favor da Casa comum, a Mãe Terra.
Finalmente, uma nota franciscana: Francisco representa a figura daquele que encarna o diálogo e o acolhimento. A sua preocupação foi dar a conhecer “o Amor que não é amado”, por meio da pregação (se necessário com palavras), mas, sobretudo, através do serviço humilde do amor que vê no outro e nas criaturas um irmão e uma irmã. Também Santo António, nos seus Sermões, realçou a excelência da pregação unida à santa humildade e teve palavras de fogo contra os soberbos e os cobiçosos:
A prata, que é a eloquência dos prelados e pregadores, converteu-se em escória de vanglória. O vinho da pregação misturou-se com a água da adulação e do lucro temporal.
Roguemos, pois, para que o Senhor nos dê a santa humildade e o fogo da Sua caridade, para anunciarmos e cantarmos as suas maravilhas!
Boas férias para todos os nossos leitores e amigos.