A 1 de setembro tem início o Tempo da Criação, que arranca com o Dia Mundial de Oração pelo Cuidado da Criação e tem este ano como tema Escuta a voz da Criação.
É mais do que nunca oportuno este convite a que se comece por meditar e rezar, para melhor compreender o que se requer de cada um de nós: o dever de zelar pela Terra, que recebemos como casa comum.
“Cuidar” é a palavra-chave para nos predispormos a ser atores das mudanças que se impõem, e com crescente urgência. Basta de conversa e de ecologia cosmética, que facilmente se tornam álibis para ficarmos no nosso comodismo. É tempo de agir, alterando comportamentos e hábitos impensados nas suas consequências e escolhendo estilos de vida ecologicamente sãos, solidários e fraternos, permeados pela gratidão ao Criador.
O tempo escasseia, saltam à vista os efeitos de uma Natureza cuja teia de equilíbrios vem sofrendo danos de toda a ordem, muitas vezes pelos piores motivos.
Os pobres e os mais frágeis são as primeiras vítimas, como é cada vez mais visível, e os jovens e as gerações futuras receberão um legado nada invejável. Mas “sabemos que as coisas podem mudar…» (cf. Laudato Si’ 13; 212; 216), ainda que de todo o lado nos cheguem más notícias.
Ao mundo globalizado falta sentido comunitário e não é claro para todos, ou preferem não ver, que “os meios-termos são apenas um pequeno adiamento do colapso” (LS 194). Neste barco em que estamos todos, a mudança real e duradoura só se consegue se remarmos juntos e em sintonia, no mesmo sentido.
A REDE Cuidar da Casa Comum propõe-se, com a colaboração de diversos dos seus membros, animar este Tempo com algumas iniciativas e contributos, a começar pelos três textos que se seguem, cujos autores partilham o seu envolvimento na concretização de uma ecologia integral, segundo a Laudato si’.
Sonhamos com um mundo belo e sustentável, fraterno e que não deixa ninguém de parte, onde nos encontremos com tempo e espaço para nos maravilharmos e darmos graças.
Mais informação e propostas em:

Rita Veiga
Nascida em Lisboa em 1953. Licenciada em Filologia Germânica na Univ. Clássica de Lisboa. Professora de Português e de Inglês (1976-1982); redatora na Editorial Verbo (1982-1989); jornalista e copy-desk no Público (1989-2000); assessora da direcção na ongd Oikos, Cooperação e Desenvolvimento (2000-2005); tradutora, editora e gestora na Dito e Certo (2006-2012), A partir de 2012. Membro da rede Cuidar da Casa Comum – a Igreja ao serviço da ecologia integral, em representação da Fundação Betânia, integra (desde 2019) a comissão executiva da coordenação da Rede.

Foto da capa: O Mundo fica em silêncio, uma das 7 peças em ferro do conjunto escultórico da autoria de Rui Chafes, Jardim da Sereia, Coimbra. Foto MSA 2022
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