Artémides Zatti, irmão salesiano italiano, com cidadania argentina, uma vida inteiramente dedicada aos doentes, aos abandonados, aos descartados: sempre com um sorriso. Morreu a 15 de março de 1951. João Paulo II beatificou-o a 14 de abril de 2002. A canonização aconteceu a 9 de outubro de 2022.
A família de Artémides Zatti emigrou para a Argentina em 1897 para se estabelecer na cidade de Bahia Blanca.
Ao recordar a figura do novo Santo, aos cerca de mil peregrinos recebidos na Sala Paulo VI, na véspera da canonização do leigo salesiano, o Papa apresentou-o como migrante, parente de todos os pobres, salesiano coadjutor e intercessor das vocações.
Migrante
Francisco recordou a chegada dos Salesianos à Argentina, em 1875, onde se dedicaram, de modo especial, à comunidade de emigrantes italianos. Artémides conheceu os Salesianos em Bahía Blanca, aonde, em 1897, chegou como emigrante vindo da Itália, com a sua família.
“Infelizmente, disse o Papa, muitos migrantes perderam os valores da fé, devido aos vários trabalhos e problemas de adaptação. Mas, a família Zatti, foi uma exceção: participou da vida da comunidade cristã, manteve boas relações com os sacerdotes, rezavam em família e a frequência aos Sacramentos não faltou”. Deste modo, Artémides amadureceu a opção pela vida Salesiana.
Vida ao serviço dos enfermos e dos mais pobres
“A tuberculose que o acometeu, aos vinte anos, parecia ter acabado com seus sonhos. Mas, graças à cura, obtida por intercessão de Maria Auxiliadora, Artémides dedicou toda a sua vida aos enfermos, sobretudo, os mais pobres, abandonados e excluídos. Os hospitais locais eram os únicos recursos para a saúde, mas, o heroísmo de Zatti tornou-os lugares de irradiação do amor de Deus e de salvação, onde atuou como Bom Samaritano”. Assim, os hospitais e as casas dos pobres foram as bases da sua missão, graças à sua profunda união com o Senhor.
Opção pela vida Salesiana, vivendo a missão em comunhão
Artémides foi coadjutor Salesiano . “Se estou bem e saudável é graças ao Padre Evásio Garrone, missionário salesiano, que, ao ver a minha saúde precária, com tuberculose, pediu para eu fazer uma promessa a Maria Auxiliadora: “Se ela o curasse, estaria sempre em união com ela e cuidaria dos enfermos”. Assim, por intercessão da Virgem, foi curado”. Tendo recuperado a sua saúde, dedicou-se completamente aos pobres. Deste modo, o Papa destacou os três verbos da vida do Salesiano coadjutor: “acreditar, prometer e sarar”. Assim, Artémides viveu a sua missão em comunhão com os seus irmãos salesianos.
Intercessor das vocações, através do seu carisma alimentado pela oração e pelo trabalho
Por fim, Francisco explicou a quarta e última característica da vida de Artémides Zatti: intercessor pelas vocações, partindo da sua experiência pessoal, quando era Provincial dos Jesuítas na Argentina. Ao conhecer a história deste novo Santo, Jorge Bergoglio fez-lhe o pedido para obter do Senhor santas vocações de vida consagrada para a Companhia de Jesus. Graças à sua intercessão, os jovens coadjutores aumentaram de modo impressionante. Partindo deste seu testemunho, o Papa destacou a importância da vocação Salesiana, de modo especial dos Irmãos coadjutores:
“Os Irmãos têm um carisma especial, alimentado pela oração e pelo trabalho e fazem tanto bem à Congregação: são piedosos, alegres e trabalhadores; não têm complexo de inferioridade, por não serem sacerdotes ou diáconos. Eles estão conscientes da sua vocação peculiar”.
O Santo Padre concluiu com uma exortação aos irmãos coadjutores: “Sejam sempre gratos pelo dom da vocação, busquem dar um testemunho especial da vida consagrada e proponham aos jovens esta forma de vida evangélica ao serviço dos pequeninos e dos mais pobres”.
Cfr. Vatican News. 08 outubro 2022