A iconografia de Santo António é utilizada nos mais variados contextos, seja com carácter mais religioso, em pagelas e orações, de onde se destaca o tradicional responso a Santo António para encontrar objetos perdidos, seja também numa vertente mais profana, onde a imagem de Santo António é utilizada para dar credibilidade aos produtos que se pretendem promover.
Daí que, com o desenvolvimento da publicidade no início do século XX, seja comum encontrar a imagem de Santo António em rótulos de garrafas de vinho do porto, embalagens de pão-de-ló e outra pastelaria, de farinhas, de rebuçados, de pomadas ou mesmo de cigarrilhas, reflexo de uma popularidade crescente.
Também com a institucionalização da lotaria nacional, que, a partir de 1893, passa definitivamente a ser monopólio da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa, a imagem de Santo António ficará associada a uma das duas lotarias extraordinárias que se realizavam durante o ano. É de notar que estamos próximos das grandiosas comemorações antonianas de 1895, que serão um marco fundamental na afirmação do culto antoniano.
Neste fim de século, a Santa Casa da Misericórdia de Lisboa vai estabelecer a realização de pelo menos 3 lotarias ordinárias por mês e apenas duas lotarias extraordinárias anuais: a primeira por altura das festas de Santo António e a outra pela festa de Nossa Senhora da Conceição (8 de dezembro), que resvalará depois para o período de Natal (concorrendo com a popular lotaria espanhola “El gordo”).
E, desde essa época, as cautelas da lotaria extraordinária de junho utilizam a imagem icónica de Santo António, por vezes relacionada com seus milagres mais conhecidos ou com as festas populares, aludindo sempre a elementos iconográficos facilmente identificáveis por toda a população.


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