É conhecida a devoção de Santo António pela mãe de Jesus, devoção essa que frei António deixou registada em diversos sermões que escreveu e na defesa da questão da Imaculada Conceição, que protagonizou ao longo da sua pregação.
A tradição também irá asseverar esta devoção e o estabelecimento do dia do nascimento de Santo António, a 15 de agosto, solenidade da Imaculada Conceição, é disso testemunho, tal como o é a referência ao milagre em que Nossa Senhora aparece a Santo António.
Conta-se que, num dia da festividade da Assunção de Nossa Senhora, frei António escusou-se a participar das matinas porque se liam no coro da igreja textos de São Jerónimo, em que se levantava a dúvida da Assunção da Virgem.
Nossa Senhora apareceu-lhe, confirmando a veracidade dos factos dizendo-lhe “António, seguramente podes pregar e crer esta verdade” (in Quarta Parte da Monarquia Lusitana, Fr. António Brandão, 1632, pág. 137).
A vasta iconografia de Santo António irá também refletir esta dedicação e a representação do milagre da aparição do Menino Jesus a Santo António, que ocorre no fim da sua vida, é muitas vezes intrincada com a representação da Virgem Maria com o Menino ao colo.
Aliás, esta imagem será profusamente difundida com a arte barroca, evidenciando questões políticas e sociais evidentes.
A Imaculada Conceição tornara-se padroeira de Portugal, em 1646, e Santo António iniciara uma carreia militar extraordinária, sobretudo na defesa dos portugueses, que se irá estender por todo o mundo de evangelização portuguesa até ao século XX.