Este é o momento em que todos nos devemos interrogar sobre os valores que orientam as nossas vidas! Perante situações de tanto sofrimento, angústia, exaustão, desanimo, que vemos à nossa volta e em pessoas que amamos, perguntamos muitas vezes, onde está Deus e porque não faz nada?
Não faz nem tem de fazer! Porque é tão fácil desresponsabilizarmo-nos dos nossos atos? Vivemos uma vida cómoda, pensando que sabemos tudo, que somos os senhores da razão e da verdade, não querendo ouvir os conselhos dos mais velhos, muito menos dos que são iguais a nós, e quão facilmente abrimos a boca para julgar e pedir contas do que não está bem, do que não funciona.
Que faço eu de diferente? Como educo os meus filhos, para viverem a cidadania, partilhando esta casa que é comum a todos os seres humanos? Facilmente julgamos os professores porque não sabem educar, colocando-nos à margem das nossas responsabilidades. O caminho para tudo, começa na ‘tenra idade’. É urgente estar presente e caminhar lado a lado, remando todos para o mesmo lado, cada um desde o lugar onde se encontra, com as ferramentas que possui, abrindo-se à possibilidade de receber e integrar novas ferramentas nesta tarefa de remar/peregrinar…
O Papa Francisco constantemente nos alerta para os sofrimentos do nosso mundo: tráfico de mulheres e crianças para fins de exploração sexual e laboral, servidão doméstica, extração de órgãos, mendicidade, casamento forçado, entre outros. Não são problemas que estão longe de nós e que acontecem só nos países longínquos. Estes problemas estão à nossa volta, mas a maioria de nós não está desperto, nem sensível. Olhemos para as nossas praças, ruas, portas das igrejas, observemos as pessoas (homens, mulheres e crianças) com um olhar atento, que vê para além das aparências.
Não tomemos a atitude de dar uma esmola por descargo de consciência, continuando a nossa vida tranquilamente. Muitas vezes, nestes pequenos gestos estamos a colaborar com as redes organizadas do crime. O Papa diz que o tráfico de pessoas é um crime cruel e aberrante. Abramos o nosso coração à misericórdia de Deus, colaborando responsavelmente no combate a este flagelo.