Esta é uma história de um encontro casual, profundo e verdadeiro que aconteceu na estrada, entre uma mulher mergulhada na tristeza e no sofrimento e frei Thierry, estudante de teologia em Pádua, Itália.
Ser frade é sempre uma ocasião de encontro com tantas pessoas, onde com mais facilidade se superam barreiras e apreensões. Muitas vezes, encontramo-nos a partilhar e a falar de aspetos até muito íntimos e pessoais. Certamente, isto é favorecido pela força do carisma franciscano da “pobreza”, fraqueza e simplicidade com que nos apresentamos de forma humana e próxima. Assim conseguimos manifestar a liberdade e despreocupação que nos vem da fé, pois sentirmo-nos amados pelo Senhor, não obstante os nossos pecados e limites. Ele é a nossa força, portanto ser frade é belo!
Eis o testemunho do frei Tierry:
São Francisco assegurava que a alegria espiritual é o remédio mais seguro contra as mil ínsidias e astúcias do inimigo (Cf. 2C 125). Na minha pequenez, desejo viver da “alegria espiritual”, desde que participei na JMJ 2011, em Madrid. Recordo com clareza a homília de um frade sobre a santidade de Francisco e, particularmente, sobre a beleza da alegria, que procurou e testemunhou na sua vida: naquele momento surgiu em mim este anseio.
Voltando da faculdade, um belo dia de Primavera, estava a rezar o terço pelas ruas de Pádua. Cruzei-me com uma senhora e dirigi-lhe um sorriso. Quase imediatamente ela me parou: “Padre! Padre!” . Surpreendido, voltei-me e cumprimentei-a: “A Paz esteja consigo! Diga-me, senhora.”
“Desculpe-me. Parei-o porque você me sorriu e eu não aguento mais…” E assim partilhou comigo, com confiança e simplicidade os profundos sofrimentos que atormentavam o seu coração de mãe.
Ouvi e convidei-a a rezarmos juntos ao Senhor. Pedimos a Sua bênção por intercessão da Virgem Maria, Mãe fiel presente aos pés da Cruz, à qual Ele mesmo nos confiou na sua Paixão. Depois saudámo-nos e continuámos o nosso caminho.
Caminhando dei conta do que tinha acontecido ali: “…parei-o porque você me sorriu…”!
Contemplo a promessa e o desejo do Senhor Jesus neste nosso encontro. E voltam-me à mente as suas palavras na última Ceia: “Disse-vos estas coisas para que a minha alegria esteja em vós e a vossa alegria seja completa!” (Jo 15,11).
Que maravilha saborear esta Alegria que nos foi dada pelo Senhor. Ele suscita comunhão entre os irmãos através dos sinais mais simples e humildes. Louvor ao Senhor, que na Sua Bondade nos oferece o dom de viver os Seus dons. Que, em cada dia que passa, eu possa escolher viver na Sua Alegria, para assim ser e dar testemunho do Seu Amor ao próximo.