Aung San Suu Kyi, Primeira Conselheira de Estado de Myanmar, visita o Papa no Vaticano, maio de 2017.
O Papa Francisco, acolhendo um convite dos respetivos Bispos e Chefes de Estado, irá visitar, de 27 de novembro a 2 de dezembro, Myanmar (antiga Birmânia) e Bangladesh. Myanmar irá receber um Papa, pela primeira vez, enquanto o Bangladesh já foi visitado por Paulo VI e João Paulo II.
Myanmar tem 51 milhões e meio de habitantes, sendo que a maioria (cerca de 80%) são budistas, havendo depois diversas minorias, nomeadamente cristãos, muçulmanos e hindus. Bangladesh, por outro lado, tem uma população de 156 milhões de habitantes, maioritariamente muçulmanos (cerca de 90%), sendo os restantes hindus e outras minorias religiosas, incluindo cristãos e budistas.
Refugiada no Bangladesh, com uma criança ao colo, fugida do estado de Rakhine, em Myanmar
Será uma visita muito intensa e carregada de significado. Os dois países estão a viver uma situação delicada, quer no seu interior quer nas relações exteriores. A tragédia dos Rohingyas é certamente o lado mais visível desta tensão. O Alto Comissário das Nações Unidas para os Direitos Humanos fala mesmo de limpeza étnica, com dezenas de aldeias incendiadas. Neste momento, devido ao êxodo massivo para o Bangladesh, que está à beira da rutura, já há mais Rohingyas no Bangladesh que em Myanmar.
O objetivo da visita é explicitado nos logotipos da viagem: ambos tentam transmitir valores comuns como a harmonia, a paz e o amor em duas sociedades muito diferentes, mas que compartilham o pluralismo étnico e religioso, assim como a vontade dos seus povos de estabelecer uma sã convivência num contexto de diversidade.
Logotipo da viagem do Papa Francisco a Myanmar.
Logotipo da viagem do Papa Francisco ao Bangladesh.
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