Confinado em minha casa
Sinto, como ave sem asa,
A falta de liberdade.
Foi a “aldeia global”
Corroída por um Mal
Que nos fez ver a Verdade.
Belos planos de grandeza
Viraram em incerteza
Da vida, sempre fugaz.
Conforto material
Foi o sonho, o ideal
Que o Vírus deixou p’ra trás.
O pecado, ao vir ao mundo,
Nasce dum erro profundo:
O mau uso da Razão.
Todavia, o sofrimento,
Sendo, da alma, um lamento,
Traz consigo a Redenção.
Agora a realidade
É medo e ansiedade
Duma dimensão brutal.
Há que erguer as mãos aos Céus
Fazendo uma prece a Deus
Que nos livre deste MAL.
João Afonso (Assinante da revista “Mensageiro de Santo António”)
Barcarena, aos 23 de Março de 2020