Não, não me refiro ao Presidente da República de Portugal, que acaba de ser reeleito, mas à poesia declamada por Amanda Gorman por ocasião da eleição do novo Presidente dos Estados Unidos da América, Joe Biden.
Na sua bela poesia, a jovem declamou:
Aprendemos que o sossego nem sempre é paz.
Excerto do poema “A Montanha Que Escalamos”, de Amanda Gorman, 20 de janeiro 2021
E que as normas e o que parece justo
nem sempre são justiça.
E, no entanto, o amanhecer é nosso antes de o ser.
De alguma forma conseguimos e, sem saber, resistimos
e demos testemunho de uma nação
que não está quebrada,
mas apenas inacabada.
Somos herdeiros de um país e de um tempo,
em que uma pequena menina negra
descendente de escravos
e criada por uma mãe solteira
pode sonhar ser presidente.
….
As Escrituras apontam-nos uma visão
em que todos se sentarão, sem medo,
à sombra da videira e da figueira.
Se quisermos estar à altura do nosso tempo,
a vitória não assentará na espada,
mas nas pontes que soubermos construir.
O poema de Amanda foi, sem dúvida, emocionante e despertou uma onda de sentimentos que coloriram de esperança a cerimónia da tomada de posse do novo Presidente americano.
Felizmente, este episódio luminoso não é o único a encher de esperança as nossas praças ou os caminhos da nossa vida. Há muitos outros sinais e testemunhos que, neste tempo de pandemia, enchem os nossos hospitais, escolas e outros espaços de serviço, iluminando-os e mantendo viva, no coração das pessoas, a chama da esperança e da confiança.
Eis outro exemplo de uma enfermeira dos nossos hospitais, que já se debatem com falta de pessoal hospitalar:
Já me ofereci para serviços onde seja mais útil. Só esta semana saíram quatro colegas do serviço para outros por conta do COVID. Não somos todos os melhores amigos, mas somos a outra família cada um com as suas particularidades e custa muito vê-los ir. Resta pensar que vão cuidar de quem mais precisa.
Quando Jesus começou a proclamar o Evangelho de Deus, apelou logo à esperança: “Cumpriu-se o tempo e está próximo o Reino de Deus”. Depois, foi chamar alguns pescadores para se associarem à sua missão: a de acordar o mundo, preso num emaranhado de leis e regulamentos, oferendo-lhe a liberdade dos filhos de Deus.
A missão não foi (não é) fácil, nem simples, mas, quando a semente da esperança cai em terreno bom, a vida volta a florescer, mais viçosa do que nunca!
Nas pegadas de Jesus, continuemos a sonhar e a fazer da nossa vida um serviço.