António muito presente no coração do povo
“Olivais reencontra Santo António” foi o lema das festas que se realizaram, em Junho de 2002, na freguesia de Santo António dos Olivais em Coimbra, onde Fernando de Bulhões, depois Santo António, optou pelo hábito franciscano. Após um interregno de quase 50 anos, a procissão voltou às ruas da paróquia. A adesão foi impressionante.
Tudo começou de forma muito simples: a comunidade franciscana conventual animadora dessa paróquia, auscultando o povo ao longo dos últimos anos, foi-se apercebendo que havia um sonho escondido no coração das pessoas: voltar a ver a· imagem de Santo António passar defronte das suas casas em gesto e sinal de bênção.
Assim, foi decidido retomar a tradição interrompida há quase meio século, com um programa que incluiu – para além da procissão – diversas iniciativas culturais e recreativas.
As festas tiveram impacto a nível da própria cidade. As celebrações, bem vividas e participadas, marcaram as festas: Santo António mais uma vez manifestou-se como presença actual, elo de comunhão entre igrejas, horizonte de Igreja-Comunhão.
A música, o convívio, a festa simples dos “comes e bebes”, o arraial, as danças populares e o folclore não faltaram.
A festa e a santidade
Festa popular e santidade: será possível conciliá-las? Há um ditado popular que afirma que “um santo triste é um triste santo!”.
Santo António não é um santo triste. A religiosidade popular teve este grande mérito: apresentar sempre Santo António como um santo humano e cheio de alegria, o santo que conhece as feridas do coração e volta a dar alegria aos rostos menos alegres.
António foi um homem que se deixou conduzir pelo vento do Espírito.
As pessoas que acompanharam a procissão, naquela tarde bonita de uma luminosidade espectacular, pareciam dizer “Acredito nesse Vento do Espírito que fez de Santo António o homem que deu liberdade, anunciou esperança, semeou a Paz e o Bem pelas estradas daquele tempo. Acredito nesse ESPÍRITO que fez de Fernando de Bulhões o Santo que todo o mundo ama”.
Hoje, Santo António – como estava escrito numa tarja que os jovens levaram na procissão – SOMOS NÓS, convidados a “dar as mãos para caminharmos para a meta da fraternidade”.
Percurso entre sinais de Vida e Esperança






















Os moradores foram convidados a enfeitar as casas e colocarem uma vela acesa à janela à passagem da relíquia de Santo António.
Fazer sair a imagem da igreja foi dizer que Santo António foi um homem que viveu a vida caminhando lado a lado com o seu povo. E hoje nós queremos que se encontre com as nossas famílias, com a sua gente, pelas ruas da sua freguesia, olhar a cara dos seus irmãos, contemplar as janelas das casas com um olhar a transmitir ESPERANÇA.
De facto, foi um homem santo que soube dar a todos a esperança de viver, da saúde a recuperar, do amor a renascer, de um Deus a tornar-se próximo de todos os que O invocam.
In Mensageiro de Santo António, julho/agosto 2002, páginas 10-13
2002-regresso-do-santo
You must be logged in to post a comment.