Não amemos com palavras, mas com obras
XXXIII DOMINGO DO TEMPO COMUM
(19 DE NOVEMBRO DE 2017)
Foi no final do Jubileu da Misericórdia que o Papa Francisco propôs à Igreja a celebração de um “Dia dos Pobres”. Escolheu como data o penúltimo domingo do ano litúrgico, quase para recordar aos cristãos as palavras de Jesus: “os pobres: sempre os tereis convosco”. Sim, apesar dos anos que passam e de todos os esforços e boa vontade de muitas pessoas, infelizmente a nossa humanidade continua a debater-se com o grave problema da pobreza que torna amarga a vida de muita gente, especialmente os pequenos e os mais frágeis.
O fenómeno da pobreza constitui uma interpelação para todos os homens e, em particular, para os cristãos, que não podem esquecer que “o Filho do Homem se tornou pobre para nos enriquecer com a sua pobreza”. A “pobreza” de Jesus Cristo consiste no facto d’Ele se ter revestido da nossa miséria e, por meio da riqueza do Seu amor, ter-nos aberto um caminho para superar todas as nossas misérias. Este caminho é a própria forma de vida que Ele escolheu: é o caminho da humildade, da simplicidade, do desprendimento, da partilha e do serviço. Nem todos estão dispostos a abraçar este caminho, porque é arriscado e pode levar à rejeição e à perseguição. Mas, quem o percorrer com confiança e fidelidade, encontrará pelo caminho a própria pessoa de Jesus Cristo e saboreará a alegria verdadeira do amor e da comunhão com todas as criaturas, a exemplo de Francisco de Assis.
O Papa Francisco enviou, para este novo “Dia Mundial” uma mensagem direta e contundente. Não é para ferir ninguém, mas é para nos desinstalar do nosso comodismo e termos a coragem de olhar para a nossa humanidade com os olhos do próprio Deus, que é Pai e tem amor para com todos os seus filhos, em particular para com os pobres e marginalizados. Se o Senhor – conforme afirma a Bíblia – sempre se colocou ao lado dos pobres, ao lado de quem nos colocamos nós?