A Economia de Francisco – Pacto com os jovens, em Assis
No sábado, 24 de setembro, o Papa Francisco esteve em Assis para o encerramento do Encontro “A Economia de Francisco”, onde assinou com os jovens um Pacto no qual se comprometem a gastar as suas vidas para que a economia de hoje e de amanhã se torne uma Economia do Evangelho, assente em 12 pilares:
- uma economia de paz e não de guerra,
- uma economia que contraria a proliferação das armas, especialmente as mais destrutivas,
- uma economia que se preocupa com a criação e não a saqueia,
- uma economia ao serviço da pessoa, da família e da vida, respeitosa de toda a mulher, homem, criança, idoso e especialmente dos mais frágeis e vulneráveis,
- uma economia onde o cuidado substitui o descarte e a indiferença,
- uma economia que não deixa ninguém para trás, para construir uma sociedade na qual as pedras descartadas pela mentalidade dominante se tornem pedras angulares,
- uma economia que reconhece e protege o trabalho digno e seguro para todos, especialmente para as mulheres,
- uma economia onde a finança é amiga e aliada da economia real e do trabalho e não contra elas,
- uma economia que sabe valorizar e preservar as culturas e as tradições dos povos, todas as espécies vivas e os recursos naturais da Terra,
- uma economia que combate a miséria em todas as suas formas, reduz as desigualdades e sabe dizer, com Jesus e com Francisco, “bem-aventurados os pobres”,
- uma economia guiada pela ética da pessoa e aberta à transcendência,
- uma economia que cria riqueza para todos, que gera alegria e não apenas bem-estar, pois a felicidade não compartilhada é muito pouco.
Em Matera: quem adora a Deus não é escravo de ninguém

No domingo, 25 de setembro, esteve em Matera, no sul da Itália, para o encerramento do 27º Congresso Eucarístico Nacional, que teve como tema “Voltemos ao sabor do pão – Por uma Igreja eucarística e sinodal”. Numa terra em que quantas vezes as pessoas se sentem subjugadas pelas máfias, o Papa afirmou: “Recordemo-nos disto: quem adora a Deus não se torna escravo de ninguém. É livre!”,
A homilia do Papa centrou-se no tema da Eucaristia de acordo com o Evangelho do dia: a parábola do rico e do pobre Lázaro. O rico não está aberto à relação com Deus porque pensa somente em satisfazer suas necessidades. Não tem um nome, só um adjetivo – rico – porque a identidade é dada pelos bens que possui. “Como é triste também hoje esta realidade, quando confundimos o que somos com o que temos”, afirmou Francisco.
Ao contrário, o pobre tem um nome, Lázaro, que significa “Deus ajuda”, e mesmo em sua condição de pobreza, mantém íntegra a sua dignidade porque vive numa relação filial com Deus.
Sonhamos uma Igreja eucarística, acrescentou o Papa. Uma Igreja feita de mulheres e homens que se oferecem como pão para quem vive na solidão e na pobreza. Uma Igreja que se ajoelha diante da Eucaristia, porque sabe curvar-se com compaixão diante das feridas de quem sofre. “Porque não existe um verdadeiro culto eucarístico sem compaixão pelos muitos ‘Lázaros’ que também hoje caminham ao nosso lado”.
Foto da capa: Papa Francisco participa no evento Economia de Francisco, em Assis, Itália, 24 de setembro de 2022. Economia de Francisco é um processo convocado pelo Papa para lançar as bases de uma nova economia. Foto EPA/CROCCHIONI.
You must be logged in to post a comment.