Alguns dias depois da Páscoa, o Papa Francisco tornou pública a terceira Exortação do seu pontificado, datada de 19 de março, dia de S. José, luminoso exemplo de artesão da paz. O título da Exortação, “Alegrai-vos e exultai”, é, ao mesmo tempo, fruto da “novidade” da Páscoa e da fé na presença contínua do Espírito do Ressuscitado, que infunde força e coragem à nossa vida e na nossa história.
A presença do Senhor é, em primeiro lugar, garantia de paz e serenidade para a nossa vida, porque foi isto que Jesus ressuscitado disse aos discípulos, ainda perturbados e cheios de medo: “Dou-vos a minha paz!”. Em segundo lugar, Jesus recordou a consequência deste dom: “Vós sois minhas testemunhas!”, ou seja, nós podemos vencer tudo aquilo que nos ameaça, como a divisão, os conflitos, a guerra e a morte.
Diz o Papa Francisco na Exortação:
A vida cristã é uma luta permanente. Requer-se força e coragem para resistir às tentações do demónio e anunciar o Evangelho. Esta luta é magnífica, porque nos permite cantar vitória todas as vezes que o Senhor triunfa na nossa vida.
A ressurreição de Jesus renovou e tornou luminosa a imagem de Deus presente em cada homem. Por isso, não podemos perder a esperança na construção da paz entre nós, mesmo quando parecem aumentar os sinais contrários. Perante a ação dos poderosos da terra, que insistem em confiar mais na força das armas e no poder do dinheiro, os cristãos são chamados a olhar para a realidade que nos rodeia à luz da Providência divina, a julgar conforme Jesus Cristo, caminho, verdade e vida, julgou e a agir em consequência na Igreja e com todos os homens de boa vontade.
A luta do cristão consiste em promover processos de justiça e de equidade; valorizar os recursos humanos, sociais e naturais para curar as feridas da pessoa humana e da criação; e, finalmente, pôr-se em causa, converter-se, tornando-se testemunha e profeta de um mundo mais justo e solidário.
Queremos assinalar uma outra reflexão do Papa Francisco no prefácio do livro: Potere e denaro, de Michele Zanzucchi, editora Città Nuova, Roma 2018.
Estamos a viver numa época difícil, mas cheia de oportunidades novas e inéditas. Não podemos deixar de confiar que, com a ajuda de Deus e em conjunto, podemos melhorar este nosso mundo e reavivar a esperança, talvez a virtude mais preciosa hoje. Se estivermos unidos em seu nome, Ele estará no meio de nós, conforme o prometido (Mt 18, 20); portanto está connosco, também no meio do mundo, das fábricas, das empresas, dos bancos, bem como nas casas, nas barracas e nos campos dos refugiados. Podemos, devemos esperar!