O século XIV foi marcado, na Europa, por uma série de conflitos políticos e religiosos que, a par da chamada Peste Negra, lançaram o continente numa incerteza espiritual. É neste contexto difícil que surgiram figuras de forte relevo carismático no seio da Igreja, transportando a Boa Notícia de um Deus que não abandona a história humana. Juliana de Norwich foi uma destas personagens.
Não se conhece muito da história desta inglesa, nem sequer o nome de batismo: ficou conhecida para a história como Juliana devido ao nome do patrono (Julião) da igreja junto à qual se situava a sua cela de monja, em Norwich. E para a história ficou também a sua obra, elaborada ao longo de quinze anos: as Revelações do Amor Divino. É um conjunto de excertos desta obra, selecionados pela italiana Giuliana Fantuz, que chega agora às mãos do leitor. Nestas páginas selecionadas, o leitor encontrará uma narrativa apaixonada do percurso que a mística inglesa trilhou na busca do sentido da história humana marcada pelo sofrimento. E as respostas surgiram com o fulgor de uma esperança e de um consolo: de um Deus cujo rosto de amor conduz os crentes e os filhos até à libertação de todo o sofrimento e de todo o pecado. São respostas que, na maioria das vezes, encontramos de um modo mais cristalino nos clássicos da tradição cristã.
Desde o primeiro momento em que tive estas revelações, frequentemente desejei saber o que nosso Senhor queria dizer. Mais de quinze anos depois, veio-me em resposta uma compreensão espiritual, e foi-me dito: “Gostarias de saber o que entendeu o teu Senhor com esta revelação? Entende bem: amor é o significado. Quem to revela? Amor. O que te revela? Amor. Porque to revela? Por amor. Permanece nisto e compreendê-lo-ás cada vez mais”.
Autor: Giuliana Fantuz (org.)
Edição: Paulinas
Páginas: 104