Portuense, bispo de Cabo Verde e da Guiné
Nasceu na cidade do Porto, no ano de 1651, filho de pais nobres Manuel da Costa Neves e de Maria Barbosa de Barros. No baptismo recebeu o nome de Vitoriano da Costa. Entrou nos franciscanos, com a idade de 23 anos, após cursar direito na Universidade de Coimbra. Não se apaixonou pela advocacia. A sua grande “paixão” era a vida e o exemplo de Santo António de Lisboa. Vestiu a veste dos pobres de Assis, no convento de Santo António de Aveiro, no dia 12 de Janeiro de 1674, e no ano seguinte e no mesmo dia, faz a sua primeira profissão.
No ano de 1679, no capítulo realizado em Santo António dos Olivais em Coimbra, foi instituído pregador; no ano de 1682, é promovido a confessor. No ano de 1687, apenas com uma dúzia de anos de religioso, o rei D. Pedro II nomeou-o Bispo de Cabo Verde.
Segundo nos informam os historiadores Senna Barcelos e Fortunato de Almeida. Foi sagrado Bispo no dia 14 de Setembro, com a idade de 36 anos de idade. O padre Henrique Rema diz-nos:
Os cronistas da Província da Soledade confessam ignorar as datas da sagração do Bispo, da sua partida de Lisboa e chegada à sua catedral de Santiago. Ambos dedicam nas suas crónicas muitas páginas a este Bispo.

Segundo os autores já mencionados, chegou à sua diocese no dia 17 de Abril de 1688. Chegado à sua diocese teve que assumir o cargo do Governo, porque o Governador, Veríssimo de Carvalho, teve que embarcar para Lisboa.
Conforme nos informa o padre Rema, o bispo não era uma figura para conquistar fáceis amizades. O seu temperamento era para enfrentar a luta e criar grandes realizações.
O cronista Manoel da Mealhada refere que a diocese tinha pouco clero e este totalmente iletrado. Perante esta situação, o bispo recorre aos frades da Província da Soledade e nomeia-os para vigários das paróquias e visitadores da Costa da Guiné. No bom relacionamento que tinha com o rei D. Pedro II, o bispo confidenciava: “A única consolação que tenho neste degredo é a companhia dos religiosos”. O padre Rema conclui: “sabia que os seus amigos confrades, na qualidade de missionários, gastavam tudo quanto rendiam as Igrejas na fábrica delas”.
No século XX, os franciscanos, no ano de 1932, voltam novamente às terras da Guiné-Bissau. A história repetiu-se: partiram pobres, deram o seu melhor ensinando, catequizando, construindo escolas, maternidades, internatos, creches, capelas e igrejas e regressaram mais pobres: sem saúde e gastos pelo clima. (Continua no próximo número)
Foto da capa: Convento de São Francisco, Cidade Velha, ilha de Santiago, Cabo Verde. Foto MSA 2005.
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