Frei António das Chagas

Frei António das Chagas apontando para o crucifixo - em cima da mesa uma caveira.
Frei António das Chagas apontando para o crucifixo.

Nasceu no Alentejo, na vila da Vidigueira, a 25 de junho de 1631. A sua mãe, uma devota irlandesa, e o seu pai um fidalgo português, juiz de profissão. Foi um jovem irreverente, poeta de eleição, frade franciscano, pregador “revolucionário”, soldado nacionalista, quanto basta…!

A infância é passada na sua terra natal. Na adolescência, estudou na cidade de Évora, no colégio dos Jesuítas. Já na altura, se tornou famoso pela sua lúcida inteligência e pelas rimas irreverentes. Não terminou os estudos por causa da morte do pai, tinha apenas 18 anos. Inicia, nessa altura, uma vida turbulenta no exército, aquando da guerra da restauração, dando início a uma carreira promissora.

António da Fonseca Soares, nome de batismo, participou na guerra da restauração, mas a sua fama está alicerçada nas rimas da sua veia poética, ficando conhecido, pela associação das armas e das letras, como o “Capitão das Boninas”.

A sua juventude foi marcada por excessos, quer na vida amorosa, quer pelas rimas na arte poética. Foi um jovem aventureiro, irreverente, cometendo todo o tipo de excessos, fruto do seu temperamento impetuoso.

Em 1653, teve de refugiar-se no Brasil por causa de um duelo causando a morte a um rival. No repouso da cidade da Baia, tendo tido acesso a um texto de frei Luís de Granada, abriu-se-lhe a mente para novos voos para se abrir à fé e a Deus.

No ano de 1656, regressou a Portugal e viveu o período da aclamação e da restauração. Foi promovido a capitão na cidade de Setúbal, como prémio e reconhecimento pelo seu valor.

Em 1662, renunciou à vida militar e abraçou a vida conventual na Ordem de São Francisco, em Évora. Após a sua conversão, o capitão passa a ser o homem que anuncia, do púlpito, a fé com o ardor e a paixão que o caracterizavam. Foi pregador vigoroso e exagerado. Pregou no Alentejo, Algarve, Norte e Centro e até na corte. A sua personalidade forte exerceu fascínio nos seus admiradores. A sua atitude de frade penitente bastava para atrair multidões que enchiam as igrejas para o ouvir. Os seus sermões tinham a ênfase teatral, a doutrina e a demagogia do discurso.

Em 1680, passa a viver no Seminário de Varatojo, convento que passou a Seminário Apostólico das Missões com estudos e disciplinas apropriadas. A ele se deve a fundação do Convento de Nossa Senhora dos Anjos de Brancanes, em Setúbal, para aí se formarem frades com a missão apostólica.

Faleceu a 20 de Outubro de 1682, no Seminário de Varatojo. Os seus restos mortais repousam em campara rasa na sala do capítulo.

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