



Quando Israel era criança, eu o amei e do Egipto chamei o filho. Mas quanto mais o chamava, mais se afastava de mim; imolavam vítimas aos Baal, aos ídolos queimavam incensos. A Efraim eu ensinava a caminhar tendo-o pela mão, mas eles não compreenderam que eu cuidava deles.
Os 11,1-3
Chamo-me frei Domenico Paolo di Ridolfi e sou de Atri, na província de Teramo, Itália. Quis partir desta Palavra do profeta Oseias porque é aquela que mais me representa no meu caminho vocacional.
Desde pequeno que queria ser comerciante, uma arte para a qual tinha jeito.
Quando fiz o Crisma o meu mundo baseava-se na escola, nos divertimentos e no trabalho. Para Deus não havia lugar.
Dois anos depois fui internado no hospital Gemelli de Roma por causa de uma grave hipoacusia repentina no ouvido direito. Ao fim de cerca de vinte dias de internamento comecei a rezar o terço, uma oração que não conhecia, mas que graças à rádio do hospital consegui aprender.
Foi um momento difícil, porque tinha que aceitar o facto de que não voltaria a ouvir. Quando saí do hospital, a escola não me permitia passar de ano dada a minha longa ausência. Então, renunciando aos divertimentos e agarrando-me à figura de Maria e de São Francisco, consegui recuperar a todas as disciplinas e passar de ano com bons resultados.
Foi então que senti o chamamento forte do Senhor, mas não sabia como segui-Lo. Afastei-me Dele e voltei a ser surdo ao seu chamamento e, terminada a escola, juntamente com a minha família, abrimos um talho e uma charcutaria no centro histórico da cidade de Atri.
Seguem-se anos belos, intensos, mas de grande confusão. A voz de Deus nunca me abandonou e quanto mais escapava Dele, mais era forte a sua presença. Em 2008, passei férias, juntamente com os meus amigos, em Ibiza, onde se toca o máximo do divertimento, mas depois de regressar a casa senti um grande vazio.
Esta lacuna interior começa a ser preenchida quando a minha mãe me convidou a ir com ela ao Santuário de São Gabriel dell’Addolorata, onde me abeirei do sacramento da confissão depois de muitos anos. O padre passionista convidou-me a regressar para falarmos e, depois de três encontros, decidi mudar e dar ouvidos aos seus conselhos.
Na minha primeira peregrinação a Lourdes, houve um acontecimento que fará desmoronar todas as minhas seguranças: o encontro com um rapaz deficiente, que me fez compreender que Deus passa através dos nossos limites e das nossas pobrezas. Começou o meu caminho de conversão, de aproximação a Cristo e à Igreja. O Senhor estava-me a ensinar a caminhar.
Em 2015, entro no postulado dos Frades Menores Conventuais e depois no noviciado onde pude conhecer mais de perto a pessoa de São Francisco, tocar os lugares por onde ele passou e interiorizar o seu carisma. Agora estou no pós-noviciado e estudo Teologia.
No meio de tudo isto tenho uma certeza: o Senhor está presente e vive lá onde as pessoas são frágeis, pondo do avesso o mundo da eficiência e do sucesso.
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