Caminhada Sinodal – 4: Uma maneira de ser e de agir

Voltamos neste especial à reflexão sobre a sinodalidade.
Fazemo-lo, na altura em que ficámos a saber que o papa Francisco prolongou por mais um ano todo o processo. Assim a Assembleia Sinodal pensada para outubro de 2023 desenvolver-se-á em duas sessões, uma a acontecer na data prevista e a outra em outubro de 2024.

Ficámos a saber que o papa Francisco prolongou por mais um ano todo o processo sinodal. Assim a Assembleia Sinodal pensada para outubro de 23 desenvolver-se-á em duas sessões, uma a acontecer na data prevista e a outra em outubro de 24. Com esta decisão, julgo que se pretende reforçar o entendimento da dinâmica sinodal como um processo e não simplesmente como um acontecimento. Temo-lo dito várias vezes, repetimo-lo agora: a sinodalidade não pode ser reduzida a um processo metodológico. Também o é, mas é muito mais do que isso. Claro que a sinodalidade não pode prescindir das metodologias sinodais, mas elas não são suficientes para que a Igreja seja sinodalmente. Pode até acontecer que se utilizem tais metodologias e a ação da Igreja não o seja verdadeiramente.

Por isso é importante perceber que a sinodalidade é uma das notas constitutivas e identificativas da própria catolicidade. “A Igreja, para poder ser verdadeiramente «Católica», tem de ser em modo de ato sinodal”, diz-nos Américo Pereira, na reflexão que propõe neste especial.
Terminada a chamada fase diocesana, estamos agora a entrar na chamada fase continental. É precisamente neste ‘interface’ que se situam os contributos de Inês Espada Vieira e de Francisco Vaz

A primeira, partilha com os leitores ecos de um colóquio organizado pelo Centro de Reflexão Cristã, com o qual se pretendeu apresentar diferentes leituras sobre o processo sinodal já realizado, “porque toda a leitura da realidade depende também de um olhar interprepretativo único e singular, que cada um de nós tem. É portanto a confluência de diversos olhares que nos dá uma leitura, assumidamente complexa, dessa realidade”.

O segundo, apresenta-nos a fase continental, de modo a que os leitores possam perceber melhor em que etapa do processo nos vamos agora situar. “O objetivo desta fase é o de promover o diálogo ao nível das grandes regiões continentais que, tendo por base o texto do documento de trabalho, conduza a um novo ‘discernimento’ à luz das particularidades culturais específicas de cada Continente. Estas assembleias continentais elaborarão, por sua vez, um documento final, que será enviado em março de 2023 para a Secretaria Geral do Sínodo”.

O percurso sinodal continua, não chegou ao seu terminus. O fim da fase diocesana não significa que agora já não há nada para fazer, restando-nos esperar pelas indicações que surgirão depois. O que já fomos capazes de discernir nesta fase, tem já de convocar-nos para a ação. Ficar à espera das tais indicações seria sinónimo de não termos ainda percebido bem o que é isto de sermos e agirmos sinodalmente, no fundo, de não termos percebido bem o que é isto de sermos Igreja.

%d bloggers like this: