Na recente Conferência de Davos, em janeiro 2018, a Oxfam (organização internacional que luta pelo fim da pobreza e pela promoção dos direitos de todos os cidadãos) apresentou um relatório denominado “Reward work, not wealth” (Premiar o trabalho, não a riqueza), que é um manifesto contra o aumento da pobreza, ao mesmo tempo que se assiste a um inexplicável (?) aumento do número dos milionários e da sua riqueza acumulada.
Alguns números completamente absurdos (o gráfico apresentado até faz dores de cabeça para ser compreendido) e que revelam bem que mundo estamos todos (uns por ação, outros por omissão) a construir:
- 1% da população mundial ganha mais do que os 99% restantes.
- No último ano, 82% de toda a riqueza foi auferida por esses 1% ricos e poderosos.
- Por exemplo, na Nigéria os mais ricos têm meios financeiros mais que suficientes para retirar da pobreza 2 milhões de pessoas.
- Nos Estados Unidos, as 3 pessoas mais ricas recebem mais do que a metade mais pobre da população.
Medidas urgentes em que todos nos podemos empenhar:
- Praticar uma nova visão da globalização que promova a distribuição equitativa da riqueza, através de um Estado mais interventivo, empresas mais solidárias e trabalhadores melhor organizados e com uma voz mais ativa.
- Combater, através de políticas ativas, todas as formas de discriminação.
- Assumir como prioridade o desenho de uma economia justa, que privilegie o bem-estar dos trabalhadores e uma distribuição equitativa da riqueza produzida.
- Não tolerar de forma alguma o trabalho infantil e o trabalho escravo (quando o salário é tão baixo que não garante a dignidade da pessoa, de que falamos senão de escravatura?).
Com base no artigo “A pobreza extrema só acaba com o fim da riqueza extrema”, de Mária Pombo, Portal VER, Fev 8, 2018, http://www.ver.pt/a-pobreza-extrema-so-acaba-com-o-fim-da-riqueza-extrema/.