São vários os artistas que nasceram no dia de Santo António e que, de uma forma ou de outra, manifestam esta coincidência nas suas obras.
Dos mais conhecidos salienta-se o poeta Fernando Pessoa, que nasceu a 13 de junho de 1888 e que ainda foi buscar o seu nome a Santo António, ou a pintora Maria Helena Viera da Silva, nascida a 13 de junho de 1908.
Também para a pintora Aurélia de Sousa, que nasceu a 13 de junho de 1866, Santo António adquiriu uma importância marcante no seu trabalho. Um dos seus quadros mais expressivos será o autorretrato de 1902, onde a artista surge vestida de Santo António (peça que faz parte da coleção da Casa-Museu Marta Ortigão Sampaio no Porto).
Santo António é representado também noutra pintura desta autora, num quadro que integra a exposição do Museu de Santo António. Com o título Andador de Almas, esta obra de Aurélia de Sousa apresenta uma figura tradicional do quotidiano do século XIX. O andador de almas tinha por ofício pedir esmola de porta em porta para sufragar as almas do purgatório. Envergava normalmente uma capa vermelha, que o identificava com a irmandade a que pertencia e, muitas vezes, levava consigo o santo da sua devoção. Nesta pintura, Aurélia de Sousa apresenta-nos a imagem de Santo António, padroeiro das almas do purgatório, mas sobretudo o santo que sem dúvida acompanha a artista durante toda a sua vida.
Andador de Almas, óleo s/ tela, Aurélia de Sousa, séc. XX, Museu de Lisboa, MC.PIN.80