A Palavra de Deus
Assim como Moisés ergueu a serpente no deserto,
João 3, 14-18
assim também é necessário
que o Filho do Homem seja erguido ao alto,
a fim de que todo o que nele crê tenha a vida eterna.
Tanto amou Deus o mundo,
que lhe entregou o seu Filho Unigénito,
a fim de que todo o que nele crê não se perca,
mas tenha a vida eterna.
De facto, Deus não enviou o seu Filho ao mundo
para condenar o mundo,
mas para que o mundo seja salvo por Ele.
Quem nele crê não é condenado,
mas quem não crê já está condenado,
por não crer no Filho Unigénito de Deus.
A palavra de Santo António
A serpente de bronze é Cristo, Deus e homem.
O bronze é a divindade; a serpente, a humanidade, levantada no madeiro da cruz como sinal da nossa salvação. Elevemos, portanto, os olhos e olhemos para Jesus, autor da salvação. Consideremos nosso Senhor suspenso na cruz, pregado por cravos.
Mas aí, como diz Moisés no Deuteronómio, “a tua vida estará como que suspensa diante de ti” e não acreditarás na tua vida! E que há de mais querido ao homem do que a vida? A vida do corpo é a alma, a vida da alma é Cristo.
Eis, pois, que a tua vida está como que suspensa e não te compadeces?
“A tua vida estará como que suspensa diante de ti” para que tu te revejas nela como num espelho. Aí poderás conhecer quão mortais foram as tuas chagas. Não puderam sarar-se com remédio algum, a não ser com o sangue do Filho de Deus.
Se bem reparares, aí poderás conhecer quanta é a tua dignidade, a tua excelência, visto o alto preço por que foste pago. Em parte alguma pode um homem compreender melhor a sua dignidade do que no espelho da cruz.
Olhemos para o Crucificado, em que consideramos a imagem da nossa redenção e ao considerá-la talvez nos doamos algum tanto ou muito pouco. Mas logo que viramos os olhos, não só a desviamos do coração, como também voltamos ao riso.
Invenção da Santa Cruz
Aprofundemos
“A serpente era o mais astuto de todos os animais selvagens que o Senhor Deus fizera” (Gn 3,1).
Assim como Moisés ergueu a serpente no deserto, assim também é necessário que o Filho do Homem seja erguido ao alto, a fim de que todo o que nele crê tenha a vida eterna (Jo 3,14-15). O símbolo da astúcia e destruição do primeiro Testamento tornou-se, no segundo, um sinal de sabedoria e salvação.
Quem estuda o simbolismo animal, dirá que estes são apenas dois dos muitos traços do simbolismo da serpente, mas a força simbólica das duas histórias bíblicas não escapa a ninguém: a serpente da morte que tenta o homem e a mulher, na sua confrontação com Deus, torna-se a serpente da vida no Filho do Homem, Cristo Jesus. Esta é teologia, Revelação, não mito, nem simples lenda.
O Crucificado, colocado no lugar da serpente sinuosa, é uma verdade fundamental para aqueles que creem em Cristo em virtude do seu batismo: é sinal de salvação; o único sinal verdadeiro que revela aos que creem, mas também a todos os homens de boa vontade, o valor da vida, o preço da sua dignidade.
As palavras vida e dignidade não se medem pelo equilíbrio das opiniões ou das sensibilidades primárias, mas pela imagem do Crucificado, como foi para Francisco, Clara e toda a tradição franciscana.“Olha atentamente para este espelho todos os dias, ó rainha, esposa de Jesus Cristo, e observa constantemente o teu rosto nele, para que tu sejas completamente adornada, interior e exteriormente, vestida e revestida das coisas mais variadas, adornada com flores e revestida de todas as virtudes, como convém, ó filha e esposa mais querida do Rei supremo ”(Carta IV a Santa Inês de Praga, 15-17).
Acredita com fé viva na “tua vida”, para viver com Ele que é Vida.
Foto da capa: Bento XVI, a 9 de maio de 200, reza, olhando para Jerusalém, junto à serpente de bronze, escultura do artista italiano Giovanni Fantoni, no local da antiga Basílica e Memorial de Moisés, no monte Nebo, Jordânia. Este é o local onde Moisés viu ao longe a Terra Prometida, tendo morrido aqui sem ter entrado na Terra Prometida.
Uma imagem diabólica! A diabolização de Cristo?!É, no mínimo, muito estranho que a cabeça do crucificado, O Cristo, seja representada pela cabeça da serpente, símbolo do mal. O próprio “resplendor” é uma parte da serpente. E esta envolve o corpo de Cristo, Jesus, em vez do contrário: Cristo a vencer o mundo do pecado (“Eu venci o mundo”). E poderia dizer-se muito mais, mas estes pormenores desconsiderados pelo Papa Bento XVI, são graves para o pensamento de um Cristão, neste caso, o texto assinado por um Franciscano…
Mas leu o artigo e entendeu a poética de Santo António?
“A serpente era o mais astuto de todos os animais selvagens que o Senhor Deus fizera” (Gn 3,1).
Assim como Moisés ergueu a serpente no deserto, assim também é necessário que o Filho do Homem seja erguido ao alto, a fim de que todo o que nele crê tenha a vida eterna (Jo 3,14-15). O símbolo da astúcia e destruição do primeiro Testamento tornou-se, no segundo, um sinal de sabedoria e salvação.
Não interessam para nada as várias “camadas de leitura” que se possam ocultar debaixo da “primeira camada de leitura”. Só interessa a primeira camada de leitura, a impressão imediata perante a gigantesca, grotesca e sacrílega escultura: a Cruz e o Cristo substituídos por uns Cornos Diabólicos e uma Serpente. Perante isto só há uma reação legítima: gritar VADE RETRO SATANÁS!
Grazie del messaggio e del nuovo commento all’immagine del serpente.
Commento: 1) la lettura dell’immagine della croce, al primo livello, letterale, rimanda a Giovanni, 3,14-15, e Gv rimanda, sempre al primo livello, a Nb 21, 4-9. Ma questo primo livello di lettura non è solo letterale, è segno di guarigione, dunque simbolo di guarigione nel deserto (2° livello), e rimanda a Cristo elevato sulla croce (3° livello di lettura) e segno di salvezza per chiunque crede in Cristo.
2) Ogni immagine, per se stessa, è simbolica e rimanda necessariamente a un secondo livello di lettura. Leggere al 1° livello l’immagine del serpente in croce significa non saper leggere ne Gv 3 né Nb 21.
3) Quanto all’immagine di un serpente, non solo è biblica, ma anche simbolo dell’estremo grado di disprezzo, al grado animale in cui Cristo è stato ritenito da chi lo ha crocifisso: un verme, dice il salmo 22,7.
L’immagine deve dunque far riflettere – il commento di Antonio lo dice bene: bisogna leggerlo prima di giudicare scandalosa l’immagine. E meditare, per credere nella croce e nei suoi simboli e crescere nella fede.
frai Valentim Strappazzon