A nota de vinte escudos com a imagem de Santo António é uma das mais populares notas da antiga moeda portuguesa e é uma peça obrigatória em qualquer coleção de temática antoniana.
Teve a sua primeira emissão a 16 de janeiro de 1965 e foi retirada de circulação a 30 de maio de 1986. Eram datadas de 26 de maio de 1964 e foram emitidas, no total, 299.100.000 notas.
A gravura é da responsabilidade do arquiteto e artista plástico João de Sousa Araújo que, no rescaldo da proclamação de Santo António como o primeiro (e único) português doutor da igreja, em 1946, pretendeu afirmar o carácter intelectual e pregador de Santo António, em contraste com a imagem do santo popular, das festas e casamenteiro.
O artista vai buscar inspiração ao quadro que se encontra no Museu Nacional de Arte Antiga em Lisboa, da autoria de Frei Carlos, “Santo António e o Menino”, datado do século XVI.
Na frente da nota surge o busto de Santo António com a legenda simplificada “Santo António” (contornando a eterna polémica do Santo de Lisboa ou de Pádua) e ao centro vários elementos decorativos e peixes, aludindo ao famoso sermão que Santo António pregou em Rimini.
No verso da nota está representada a Igreja de Santo António de Lisboa, erguida no local onde o Santo nasceu, com a respetiva legenda, envolvida por ornatos com palmas e com a Sé Catedral ao fundo, que lhe dá grandeza e envergadura.
No seu conjunto, a nota em tons de verde musgo, exulta a vertente mais austera e intelectual de Santo António, fugindo da tradicional representação onde Santo António tem o Menino Jesus ao colo, de feição mais popular e piedosa, tão característica da devoção antoniana.