Documentário sobre sobre a “crise climática”, a partir da encíclica Laudato Si’ (2015), dá voz aos mais afetados pela crise ecológica.
No filme ressoam quatro das vozes mais afetadas pela crise ecológica: a voz dos povos indígenas, a voz dos jovens, a voz dos pobres e a voz da natureza.
Ao longo do filme, as histórias de Ridhima, uma ativista adolescente da Índia, do Chefe Dada, um líder indígena da Amazónia, de Arouna, um refugiado climático do Senegal, e de Robin e Greg, um casal do Hawai, conectam-se em diálogo com o Papa Francisco. Os protagonistas, apesar das suas diferentes visões de mundo, encontram unidade e força nos valores comuns que todos partilhamos. Suas histórias são proféticas e comoventes.
O filme conta ainda com a participação do Cardeal Raniero Cantalamessa, pregador da Casa Pontifícia, com uma reflexão sobre São Francisco de Assis, cuja carisma inspirou a redação da encíclica Laudato Si’.
O Vaticano apresentou o filme A Carta, simbolicamente, na festa litúrgica de São Francisco de Assis, que encerra o Tempo da Criação, iniciativa ecuménica de ação e oração que se iniciou a 1 de setembro.
O documentário “A Carta”, disponível gratuitamente no canal YouTube Originals, foi produzido pela equipe “Off the Fence”, vencedora de um Óscar, em colaboração com o Movimento Laudato si’ e os Dicastérios para a Comunicação e para a Promoção do Serviço do Desenvolvimento Humano Integral.
Na conferência de imprensa de apresentação, o cardeal Michael Czerny, prefeito do Dicastério para o Serviço do Desenvolvimento Humano Integral, afirmou que “a crise ecológica está a acontecer agora. Acabou o tempo da especulação, do ceticismo e da negação, do populismo irresponsável. Inundações apocalípticas, enormes secas, ondas de calor desastrosas, ciclones e furacões catastróficos tornaram-se o novo normal nos últimos anos; continuam hoje e amanhã vão piorar drasticamente”.
A presidente do Conselho de Administração do Movimento Laudato si’, Lorna Gold, lembrou que a mensagem de Francisco é dirigida a todos: cada ser humano pode dar a sua contribuição para defender a Casa comum. “Os sinais de catástrofe ecológica”, observou, “estão por toda parte. Este filme destaca as trágicas consequências da inação, mas também aponta o caminho a seguir”.
Um dos protagonistas do filme, Odair “Dadá” Borari, chefe geral da Terra Indígena Maró, no Pará, indicou como prioridade defender o território da Amazónia: “Falo em nome da floresta e da população indígena que luta para pedir justiça… Espero que os presidentes de todos os países possam unir os seus esforços para encontrar uma solução que defenda a Amazónia… Esperemos que o novo presidente do Brasil possa construir para uma nova política na qual não haja espaço para a destruição da floresta”.