É possível propor um caminho de redescoberta das pistas da fé cristã após vinte séculos de história? Continua a experiência espiritual do Cristianismo a fazer sentido, a encontrar linguagens novas, a sentir uma frescura que lhe é emprestada quer do regresso às fontes, quer do diálogo com todas as expressões do humano – da arte à literatura, do cinema à poesia? É esse difícil trabalho que o dominicano inglês Timothy Radcliffe leva a cabo com grande maestria.
Este caminho ao longo das várias passagens da vida cristã – do sofrimento ao perdão, da transmissão da fé à celebração sacramental, da oração à esperança da Ressurreição – é percorrido sob o signo da imaginação. A convivência numa sociedade marcada pelo excesso de imagens e estímulos apresenta aos cristãos o desafio de transpor a superficialidade, o soterrar as questões humanas fundamentais num ruído constante, o não saber escutar quer os pedidos de socorro à nossa volta, quer as pérolas de sabedoria que o quotidiano nos proporciona. O hábito de expor a fé cristã ao estilo de catecismo constitui uma pesada e empobrecedora herança nesta busca de uma imaginação cristã, isto é, de encontrar as imagens, estilos, narrativas e porosidades do quotidiano que entrecruzam a linguagem crente com as experiências humanas.
O objeto deste livro é provar que é mais provável incitarmos os outros com a nossa fé se o Cristianismo for entendido como um convite a viver de uma forma plena. A vida do seu fundador, o seu ensinamento moral, o perdão dos pecados, a doutrina da Igreja, a horrenda morte de Jesus – tudo isso se compreenderá de forma apropriada como a dádiva de vida abundante.
A arte de viver em Deus
Autor: Timothy Radcliffe
Edição: Paulinas
Páginas: 364