A 13 do mês de junho
Santo António se demove;
S. João a vinte e quatro,
S. Pedro a vinte e nove.
Junho é sinónimo das festas dedicadas aos santos populares. Marcadas por rituais ancestrais relacionados com o solstício de verão, as festas dos santos populares estão carregadas de práticas simbólicas que prepararam o anúncio do nascimento de Cristo que irá ocorrer por altura do solstício de inverno.

Lisboa, 1746. MLSA – RES 0037
A festa religiosa de Santo António começa logo no início do mês de junho e Santo António tem o privilégio de ser celebrado com uma trezena (a antiga Tridicina a Sant’Antonio em Itália), ao contrário da maioria dos santos que se comemoram com novenas.Trata-se de um conjunto de orações em louvor a Santo António que se rezam nos treze dias que antecedem a sua festa. Conta a tradição que se reza a trezena para comemorar um episódio que aconteceu ainda em vida de Santo António: o frade tinha perdido o seu breviário de muita estima e, depois de o procurar insistentemente, este só aparece ao fim de treze dias. Aliás, diz-se também que foi por isto que tornaram Santo António deparador (descobridor, achador) das coisas perdidas.
De facto, Santo António distingue-se pelos milagres que lhe são atribuídos e, por isso, é considerado O Santo − Il Santo − por antonomásia. O dia em que foi trasladado de Arcela para a igreja de Santa Maria de Pádua, terça-feira, 17 de junho de 1231, foi marcado por tamanhos prodígios que este dia da semana ficará para sempre ligado a Santo António e à devoção antoniana.
Também ficou célebre um milagre ocorrido em Bolonha em 1616, a uma devota que recorreu a Santo António com insistência durante nove terças-feiras consecutivas, visitando a sua imagem na Igreja de São Francisco e tendo alcançado o que desejava. O milagre divulgou-se e as pessoas começaram a seguir o seu exemplo, rezando diante da imagem de Santo António durante nove terças-feiras. As novenas transformaram-se em trezenas de terças-feiras e, mais tarde, em todas as terças-feiras do ano.
Ainda hoje, às terças-feiras, na sua igreja em Lisboa, é rezado o responso de Santo António e dada a bênção com a sua relíquia.
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